domingo, agosto 30, 2009

CHAMPIONS



Este ano há muitas equipas apetecíveis na liga dos campeões. Equipas de "terceiro mundo" têm a oportunidade de se mostrar à Europa do futebol. Não vou tecer grandes comentários sobre a nova política de Platini para esta competição. Tem algumas vantagens mas também tem enormes desvantagens. Quero sim falar das melhores equipas que estão em prova. Posso estar enganado mas creio que este ano iremos ter uma grande competição e com muitas equipas com capacidade para lutar pelo título. Senão vejamos:

Grandes favoritos: Barcelona, Man Utd e Chelsea.

Naturalmente candidatos: Real Madrid, Arsenal, Liverpool

Equipas que reforçaram os planteis e que têm argumentos mais que suficientes para bater o pé a qualquer colosso: Inter, Juventus, Bayern Munique, Lyon

Outsiders: Porto, Atlético de Madrid

PS: Atenção a Bayern de Munique e Olympique de Lyon. Reparem bem nos "11" tipo destas duas equipas:

Bayern: Reising, Lahm, Van Buyten, Demichelis, Pranjic, Van Bommel (Tymoschuk), Schweinsteiger, Robben, Ribery, Klose (Olic), Toni (Gomez);

Lyon: Lloris, Réveillère, Cris, Bodmer, Cissokho, Toulalan, Kallstrom, Pjanic, Bastos, Lisandro, Gomis;


PS1: Acompanhem o meu raciocínio. O Real deu 96 milhões de euros pelo Cristiano Ronaldo. Vendeu Sneijder (15), Huntelaar (15), Robben (25), Negredo (15). A pergunta que coloco é a seguinte: imaginem uma equipa do género do Manchester City que era gerida por um qualquer magnata e pretendia contratar jogadores para crescer como equipa. Seria preferível dar 96 milhões por Ronaldo ou 70 por estes 4 jogadores? Para mim a decisão é simples e prova que por muito bom que seja Ronaldo ou Messi, nenhum jogador do mundo vale esse valor.

terça-feira, agosto 25, 2009

SHOW DE LICHA EM ANDERLECHT



Terá o Lyon ficado a perder com a "troca" de Benzema por Lisandro Lopez?

R: Sinceramente, ponho as minhas dúvidas. Pela versatilidade, pela forma como se entrega ao jogo, pela regularidade, pelos golos, por tudo o que dá a um colectivo em termos ofensivos e defensivos, talvez votasse Lisandro Lopez. Um jogador extraordinário que, felizmente, começa a merecer crédito por parte de Diego Maradona.

domingo, agosto 23, 2009

VITÓRIA A FERROS NA CIDADE BERÇO

Guimarães 0-1 Benfica
(Ramires)



O futebol é mesmo assim. Tanto o Benfica porfiou contra o Marítimo e sem resultados práticos, tão pouco fez contra o Guimarães, acabando por ser bafejado pela sorte mesmo no final da partida com um golo de Ramires, o primeiro do brasileiro ao serviço dos "encarnados".

Duas razões explicam, desde logo, o jogo menos conseguido por parte do Benfica. Em primeiro lugar, a excelente exibição do adversário com uma excelente disposição táctica (3x4x3), revelando inteligência e estudo por parte de Nelo Vingada. Neste sistema, o Vitória conseguiu anular as principais pedras do seu opositor, ganhou o meio-campo e controlou grande parte do jogo (nomeadamente na primeira parte). Obviamente que, com a expulsão de Flávio Meireles a meio do segundo tempo, as coisas tornaram-se mais difíceis e o Benfica passou a ter total domínio do jogo, obrigando o Guimarães a jogar unica e exclusivamente em contra-ataque (mesmo assim, os vimaranenses dispuseram de duas claras ocasiões de golo).
O segundo motivo prende-se com o sub-rendimento de jogadores chave no Benfica. Aimar não conseguiu pegar no jogo, perdendo muitas bolas; Saviola andou perdido no encontro; Di Maria apareceu a espaços mas revelou um gritante abaixamento físico a meio do segundo tempo; Cardozo esteve completamente desinspirado na frente de ataque e nem de penalty conseguiu contrariar Nilson; Ramires, apesar do golo, mostrou que ainda está num período de adaptação ao futebol português e, em particular, às ideias de Jorge Jesus.
Por tudo isto, o resultado lógico seria a igualdade. Nenhuma equipa se revelou realmente superior à outra. Só de bola parada, como veio a suceder, é que o Benfica poderia chegar ao triunfo. E tal aconteceu já para lá do minuto 90, num bom cabeceamento de Ramires. Injusto, inglório para o Guimarães e, claro está, bastante saboroso para o Benfica que mostrou a estrelinha de campeão que é necessária para quem luta por tamanho objectivo.

Sporting surpreendido em Alvalade

Sporting 1-2 Braga
(Yannick; Alan, Meyong)



Depois de algum tempo sem ver jogos de equipas portuguesas (competições europeias incluído), voltei aos "relvados" para ver o Sporting. Porque vi alguns jogos na pré-temporada e porque li sobre este principio de época, sabia que as coisas para os lados de Alvalade não andavam bem, pese embora as melhorias evidenciadas no último jogo frente à Fiorentina. Por este último aspecto, esperava um Sporting mais forte até porque uma vitória frente ao Braga faria com que os indices morais subissem em flecha, isto no que diz respeito à difícil e decisiva deslocação a Florença.

Falando sobre a exibição leonina, fiquei surpreendido pela negativa. Não esperava um Sporting tão desorganizado em campo e tão sem chama. Dos vários problemas que se podem apontar ao conjunto de Paulo Bento, para mim há dois que estão intrinsecamente ligados ao mau arranque de temporada: a baixa estatura da equipa e o péssimo momento de forma de jogadores chave (Liedson e Moutinho, os exemplos mais evidentes).
Continuo a achar que esta equipa do Sporting não é tão fraca como a querem fazer parecer. Se me perguntarem se, neste momento, tem condições para lutar com Benfica e Porto pelo título, aí a dúvida já é maior. Parece um contra-senso mas não é. A explicação é fácil. O Sporting tem, do meio-campo para a frente, jogadores de grande qualidade e capazes de resolver perante qualquer equipa portuguesa. Se tivermos o melhor Miguel Veloso, o habitual Izmailov, o constante João Moutinho, o desequilibrador Matias Fernandez e o matador Liedson (acompanhado por Caicedo, jogador que, na minha opinião, vai trazer outro tipo de soluções ao ataque leonino), então estamos esclarecidos em relação ao poder de fogo que Paulo Bento tem à sua disposição (e ainda há Vukcevic). Se há alguma fartura na frente, atrás é que estão os problemas. Costuma dizer-se que as equipas se constroiem de trás para a frente. Concordo com essa análise e, passando-a para o caso leonino, assenta-lhe que nem uma luva. Não há clube que resista a tanto erro defensivo. Ora temos falhas do guarda-redes, ora temos deslizes dos defesas, ora temos falhas ao nível do jogo aéreo. É muita coisa para quem quer correr para o título. Analisando individualmente cada jogador desse sector, vemos que nas laterais Pedro Silva, Abel, Grimi, Caneira e André Marques não são solução - pessoalmente prefiro os laterais do Braga a qualquer destes -; depois, no centro, temos Polga como indiscutível quando, na minha opinião, não o deveria ser já que comete muitos erros, não é particularmente forte no jogo áreo e não acrescenta nada em termos ofensivos. Neste particular, até preferia ver Tonel no centro da defesa já que é mais forte no jogo áreo (tanto a defender como a atacar) e faz golos.
Perante este cenário, torna-se muito difícil ter sucesso. Cada livre e cada canto contra o Sporting é sinónimo de perigo. Por muito que se faça em termos ofensivos - e o grande problema é que não se tem feito -, é impossível uma equipa com tantos desequilibrios lutar para o título.

sexta-feira, agosto 21, 2009

NOTA

Tenho estado no estrangeiro, pelo que me tem sido completamente impossivel actualizar o blog.

Volto para a semana...

quinta-feira, agosto 13, 2009

SELECÇÃO



É verdade que foi contra uma equipa bastante fraca mas confesso que achei boa ideia este losango. Logicamente que só durante trinta minutos é que vimos futebol - cansaço físico de uns, desinteresse pelo jogo por parte de outros, muitas substituições, jogo de carácter particular... - mas, tendo em conta as características dos nossos laterais e algumas ausências importantes, me parece que Portugal saíu a ganhar com as experiências efectuadas.

Para quem não viu, Portugal apresentou o Eduardo como guarda-redes (muito se falou do problema do Benfica na baliza mas, a meu ver, o maior problema é mesmo aqui na selecção enquanto Eduardo for o titular), depois Bosingwa e Duda nas alas (que trouxeram largura e amplitude ao jogo português), Carvalho e Bruno Alves como centrais; depois Pepe como trinco (não desgosto de o ver nessa posição); Tiago (quando está em forma é um médio fabuloso) no vértice direito, Meireles (enquanto teve força, foi de uma entrega ao jogo notável) à esquerda, Deco a "10" e, na frente, a dupla Hugo Almeida-Simão, sendo que este último (que bem que lhe fica a braçadeira de capitão) tinha total liberdade para cair nos flancos.

Analisando exclusivamente a primeira meia-hora de jogo, diria que houve boas jogadas e, contrariamente àquilo que acontece quando Portugal joga em 4x3x3, desta vez vimos sempre muitos jogadores dentro da área a acompanhar Hugo Almeida na finalização. Duda e principalmente Bosingwa foram várias vezes à linha e Almeida, Simão e Tiago ou Meireles (ora ia um ora ia o outro) estavam sempre na área para tentar concluir a jogada. Quem sabe no futuro (mais concretamente contra a Dinamarca) não possamos ver este desdobramento ofensivo mas com Cristiano Ronaldo no lugar de Hugo Almeida. Com Pepe como trinco a fechar bem as súbidas dos laterais; Com a qualidade de passe de Tiago e Deco apoiado pelo pulmão de Meireles, e com a rapidez, inteligência, técnica e capacidade de finalização de Simão e CR9, quem sabe não seria esta a estratégia ideal para baralhar os altos e fortes defesas dinamarqueses. Quem sabe...

PS: Sr. Queiróz, tudo bem que gosta de aproveitar os amigáveis para fazer testes e observar jogadores mas... Eliseu? Por favor, nunca mais!

terça-feira, agosto 11, 2009

BETTENCOURT



Por muito realista e verdadeiro que seja o seu discurso, na minha opinião, um presidente do Sporting não pode vir a público declarar-se satisfeito pelos constantes segundos lugares da equipa. Mais, por muito que o sinta, Bettencourt faz mal em elogiar os rivais relegando o seu próprio clube para um terceiro plano. Por vários motivos:

- desmoraliza os próprios adeptos leoninos

- dá mais força aos próprios rivais e seus adeptos

- demonstra fraqueza e reconhece incapacidade à própria equipa (quando normalmente mostramos medo de algo, mais rapidamente nos acontece qualquer coisa de negativo)

- passa uma mensagem negativa para o plantel já que, em caso do clube não se sagrar campeão, também não havia/haverá responsabilidade para tal - nestes clubes a pressão deve sempre existir e a fasquia deve ser sempre colocada no limite -.

Um clube como o Sporting não pode olhar a investimentos dos rivais para estabelecer os seus objectivos. Com a história que tem e com o nome que representa para o país, o Sporting deverá sempre achar-se com capacidade para lutar contra quem quer que seja e achar-se capaz de vencer em qualquer terreno português. Se os orçamentos determinassem alguma coisa, o Manchester City seria campeão inlês - na verdade, nem candidato o é -.
A meu ver, um erro estas declarações do presidente do Sporting.

segunda-feira, agosto 10, 2009

ESTA É PARA SI, MISTER PELLEGRINI



Faça as experiências que tiver que fazer, veja diferentes jogadores jogo após jogo, utilize o sistema de jogo que bem entender. Uma coisa lhe digo, qualquer ideia que lhe passe pela cabeça e que não seja a de incluir como titular, quando os jogos forem a doer, Gonzalo Higuain, é algo de tremendamente injusto para aquele que foi o melhor jogador do Real Madrid na época passada. Seja à direita ou no meio, para mim este argentino é titular de caras. Bem sei que há Benzema, Negredo, Raúl, Ronaldo, Robben, Kaká e Granero mas Higuain já deu mais que provas de todo o seu talento. É um jogador fantástico e que já merecia mais atenção por parte de Maradona.

Já que estamos a falar do Real Madrid, se fosse eu a decidir, era este o meu onze ideal:

Casillas, Sérgio Ramos, Pepe, Albiol, Marcelo; Lass, Xabi Alonso, Kaká, Ronaldo, Higuain, Raúl/Benzema (pela experiência e pelo momento de forma, começava com Raúl mas Benzema em forma é um monstro).

Depois, o banco de luxo contaria com nomes como Arbeloa, Gago, Guti, Sneijder, Granero, Robben ou Negredo (atenção a este avançado que merecia fazer uma época como titular num grande europeu).

domingo, agosto 09, 2009

BREVES



Um sábado cheio de futebol. Tive oportunidade de ver vários jogos e de diferentes campeonatos. Contra a lógica, o grande jogo do dia acabou por ser o Inter vs Lázio, respeitante à Supertaça italiana. Que grande partida fez o Inter e que grande injustiça o resultado final. Gostei muito da equipa de Mourinho e em particular de Samuel Eto'o, um extraordinário avançado que, na minha opinião, tem todos os atributos para ser o melhor marcador da presente edição do Calcio. Para além do golo, mostrou já um excelente entendimento com Diego Milito e, mais importante que tudo, um "à vontade" tremendo na equipa italiana. Com esta dupla de atacantes, com Lúcio no eixo da defesa, com um extraordinário médio como o é Motta, o Inter tem tudo para fazer mais e melhor na Europa. Ficará talvez a faltar um jogador para ombrear com Stankovic pela posição "10" na equipa. É que o sérvio, apesar de um fantástico jogador, já não é propriamente um menino e, de ano para ano, já vem revelando alguma quebra ao nível do seu rendimento.

Sobre o Benfica - Milan, para mim o aspecto mais positivo foi o facto de ter voltado a ver (e a um grande nível, diga-se) um senhor chamado Alessandro Nesta no centro da defesa do Milan. Para mim, o melhor central que alguma vez vi jogar. Apesar de inteirista, espero sinceramente que Nesta não sofra qualquer tipo de lesões e que faça uma época ao seu nível.
Em relação ao conjunto lisboeta, apesar de menos deslumbrante do que noutros jogos da pré-temporada, a verdade é que voltou a fazer um bom jogo perante, há que referir, uma grande equipa. Mesmo desfalcada, nomeadamente a meio-campo, o Milan tem jogadores de enorme e inegável qualidade. Aqui ficam algumas notas:

POSITIVO:

- A "onda encarnada" que galvaniza qualquer equipa. Os mais de 62 mil espectadores conferiram à equipa uma força suplementar.

- Javi Garcia. É um jogador fundamental nesta equipa. De uma cultura táctica e de uma inteligência acima da média.

- Cardozo. Mais um golo para o paraguaio. Nota-se que é o mais "tosco" daquelas unidades ofensivas - não lhe peçam para fazer grandes passes ou respeitar tabelas - mas, na hora de atirar para a baliza, é o mais feroz de todos. Um indiscutível nesta equipa.

- Shaffer. Mais uma vez, o argentino mostrou que a lateral esquerda tem de ser sua. Talvez não seja dos mais seguros a defender - mas também não o vejo a comprometer - e a atacar é claramente uma mais valia. Sinceramente não me recordo nesta pré-época de um cruzamento mal tirado por parte do ex-Racing. Neste sistema, digo eu, é fundamental ter um jogador com estas características.

NEGATIVO:

- A fragilidade física de Javier Saviola. É um jogador que, talvez pelo facto de ter estado quase um ano sem jogar, ainda está muito mal sob ponto de vista físico. Neste momento é impossível que "el conejo" dure 90 minutos. Obviamente que tem tempo para melhorar este aspecto (em contraponto há um Weldon com uma frescura física tremenda e com atributos que merecem atenção por parte de Jorge Jesus)

- Ramires. É notório que ainda não se adaptou aos métodos de Jorge Jesus e, facto mais relevante, ainda se mostra muito cansado (não teve férias e tem viajado bastante nestes últimos tempos). Neste momento, optaria por Carlos Martins, Rúben Amorim ou Urreta para este arranque de campeonato.

- Problema na lateral direita. Rúben Amorim cumpriu mas não tem rotinas de lateral; Patric ainda é "verde" e necessita de adaptar-se ao futebol europeu (era melhor se rodasse num clube de primeira liga); assim sendo, optaria por incluir Shaffer no onze e passar o David Luiz, esse enorme jogador que, segundo Jesus, até a ponta-de-lança jogaria bem, como defesa direito. Sidnei está muito bem no eixo pelo que, neste momento, não é urgente a inclusão de Luiz no centro da defesa.

Olhando para os prós e contras deste Benfica, parece-me que estão reunidas condições para se fazer uma excelente temporada. Como dá para ver, os aspectos negativos são facilmente reparáveis e os aspectos positivos que fomos destacando ao longo do tempo deixam qualquer adepto animado em relação ao futuro.

Para terminar, não posso deixar de mencionar alguns pormenores desta maratona de futebol que tive oportunidade de ver:

- Luis Suarez, avançado do Ajax, voltou a deixar-me com "água na boca". Marcou três golos na vitória caseira, sendo que o seu segundo é um golo extraordinário. Não tarda está num grande clube europeu.

- Grande vitória do Atlético de Madrid em Anfield. Concordo com Alex Ferguson quando este não inclui o Liverpool no grupo de candidatos ao título. Quanto aos colchoneros, confesso que me dá um enorme prazer vê-los. Este ano a baliza está mais segura (Asenjo é grande) e o ataque é do melhor que há por aí. Convido-vos a ver mais um golaço do grande Diego Fórlan, mais um fabuloso uruguaio.

- Não entrou da melhor forma o Bayern de Munique na Bundesliga, ainda que tenha empatado fora (1-1) perante uma boa equipa, o Hoffenheim. Não fez um bom jogo o Bayern mas já mostrou que este ano está fortíssimo. O Bayern está mais forte nas laterais (Lahm e Pranjic, dois jogadores de grande qualidade técnica e super ofensivos) e, contrariamente ao que se passava na época passada, este ano tem um organizador de jogo: o jovem Baumjohann que, estou convencido, vai ser a grande revelação desta equipa. No ataque, destaque para a estreia a marcar de Ivica Olic, reforço proveniente do Hamburgo.
Só de pensar que nesta equipa falta Ribery, Klose e Luca Toni, até arrepia. Posso enganar-me mas contem com eles na Champions até bem perto do fim.

- Quem não anda nada bem é o Lyon. Não gostei do que vi. Pouca dinâmica, pouco entrosamento e muito poucas ocasiões de golo. É verdade que há muita cara nova mas, tendo em conta o investimento, esperava-se mais. Valeu o golo de livre directo de Lisandro ao cair do pano que evitou a derrota no terreno do Le Mans, a equipa do nosso conhecido Paulo Duarte. Quanto a Cissokho, foi titular, relegando Grosso para o banco de suplentes. Sinceramente, não consigo entender.

- Por fim, o Barcelona. Tenho visto os jogos da equipa lá pelas américas e tenho ficado com excelentes impressões a respeito de três jogadores: Muniesa, central esquerdino que tem sido sempre titular e mostra uma tranquilidade tremenda no seu jogo (falta vê-lo actuar perante adversários de maior nomeada); Pedro Rodriguez, extremo que já havia feito parte das contas de Guardiola na época passada (muito rápido, joga com os dois pés e em ambos os flancos, tem técnica e faz lembrar Overmars) e Jeffren Suarez, um extremo esquerdino que joga preferencialmene pelo lado direito. Três jogadores que vamos ouvir falar num futuro muito próximo.

quarta-feira, agosto 05, 2009

DISCORDIA

Os dois primeiros pontos de discordia com o treinador Jorge Jesus:

- A crucificação em público do menino Patric que apenas tem 20 anos, é internacional sub-20 pelo Brasil, tem apenas um mês de Europa e tem 105 minutos de Benfica (60 contra o Shakthar e 45 com o Guimarães);

- A inclusão de Luis Filipe no plantel do Benfica. Mal por mal, preferia o Zoro. Mas continuo na minha: mesmo com a lesão do Maxi, há David Luiz, Patric, Miguel Vitor e até o Rúben Amorim. Qualquer um deles é capaz de fazer menos imbecilidades que o artista que agora voltou;

RECORDAR ALKMAAR

Twente 1-1 Sporting



Para ser sincero, o Sporting acabou por ter muita sorte nesta eliminatória e não merecia ter seguido em frente. Mas, para ser ainda mais verdadeiro, nenhuma das equipas apresentou qualidade futebolística para entrar numa Liga dos Campeões. O resultado e a forma como o mesmo foi alcançado pelo Sporting acabou por ser cruel para o Twente mas, valha a verdade, a equipa holandesa também se "colocou a jeito" tal foi a forma displicente com que encarou a segunda parte e como nunca procurou verdadeiramente o golo da tranquilidade.

O que é certo é que esta eliminatória fica marcada pelos últimos minutos de cada mão. O Twente não conseguiu marcar na última jogada do jogo de Alvalade e acabou por sofrer no último suspiro leonino, num golo tão esquisito como foi esta eliminatória. Para o Sporting, valeu pelo acreditar (vamos chamar-lhe assim) até final, pelo dinheiro que entrou em caixa e pelo alívio de ter assegurado uma permanência na Europa (fase de grupos na Taça da Europa está conseguido). Paulo Bento pode, também ele, respirar fundo e, pelo menos nas próximas semanas, trabalhar com mais alguma tranquilidade.

Numa breve pincelada pelo jogo, diria que tudo foi mau no Sporting. Começou desde logo pelo golo sofrido no primeiro minuto de jogo. É incrível a quantidade de golos que o Sporting sofre de bola parada. Isto leva-nos ao primero problema: o conjunto leonino é demasiado baixo. Falta altura a este Sporting. Não se pode entrar em campo com o jogador mais alto a medir 1,82 m. Se já não chega para o campeonato nacional, muito mais se nota numa Champions League.
Em desvantagem no marcador, o Sporting nunca mostrou argumentos para contrariar este resultado. Diria mesmo que só me lembro de duas jogadas de perigo em todo o jogo, sendo que em ambas o mesmo foi relativo. Muito pouco para uma equipa como o Sporting que, quer queiramos quer não, é muito superior a este Twente.

Nem só de erros colectivos viveu este Sporting. Houve várias asneiras ao longo da partida e surgiram do banco. Paulo Bento esteve muito mal a ler o jogo. Acho inacreditável como é que se retira ao intervalo Matias Fernandez (que, no primeiro tempo, ainda tentou pegar no jogo e teve um ou outro apontamento de grande qualidade) para entrar Pereirinha quando estavam em campo Abel, Postiga e Yannick, jogadores que, era notório, falhavam passes com frequência e andavam completamente perdidos em campo.
Outro aspecto que me pareceu curioso foi o facto da equipa do Sporting nunca ter explorado os flancos (apesar do losango) quando eram evidentes as fragilidades defensivas do Twente. Qualquer um dos defesas era forte na marcação mas duro de rins, algo que o Sporting raramente explorou, preferindo quase sempre o jogo directo (nesse particular, Douglas e companhia tiveram a vida facilitada). Nas duas vezes que o Sporting jogou pelas alas (recordo-me de um cruzamento de Caicedo e uma jogada de Abel, ambas no segundo tempo), o perigo circundou a baliza de Mihaylov. Foi pena Paulo Bento não ter explorado essa situação, tendo inclusivé jogadores como Pereirinha e Vukcevic que sabem fazer esse papel muito bem.

Como já disse, num laivo de sorte, o Sporting acabou por garantir o empate (é engraçado que passou a eliminatória sem ganhar qualquer jogo) mas terá que jogar muito mais se quer realmente entrar na fase de grupos da Champions. Também já referido noutras ocasiões, acredito que esta equipa do Sporting não é tão má como a querem fazer parecer. Não há dúvida que falta altura, falta forma a jogadores importantes como Liedson ou Moutinho) e, na minha opinião, seria importante se a direcção leonina contratasse um ou dois laterais. É que, sinceramente, contra os ditos colossos, não acredito que André Marques, Abel, Pedro Silva ou Grimi sejam garantias.

domingo, agosto 02, 2009

DE ENCHER O OLHO

Benfica 4-0 Portsmouth
(Cardozo (2), Weldon, Wilkinson p.b)



Grande jogo do Benfica ontem à noite ante o Portsmouth. Mais do que o resultado, o que impressionou foi a forma como o Benfica dominou o adversário do primeiro ao último minuto. A equipa inglesa acabou o jogo com apenas um cruzamento-remate à baliza de Quim, o que diz bem do dominio que o Benfica exerceu sobre o seu adversário.

Tal como tem vindo a mostrar nesta pré-temporada, o futebol do Benfica caracteriza-se pela pressão alta quando a equipa não tem bola e pela envolvência de todos os elementos do losango e do ataque nas acções ofensivas. Nesse sentido, apesar das excelentes individualidades que compõem o ataque "encarnado", a nota de maior destaque vai para o modo como o colectivo tem funcionado. Esse aspecto fica bem vincado nas inumeras jogadas ofensivas onde a bola passa por todos os elementos do meio-campo (sempre com Aimar como ponto de partida) e rapidamente chega ao ataque onde quer Saviola quer Cardozo têm dado, ou mediante tabelas ou através de finalizações, a melhor sequência à jogada.

O Benfica alinhou com:

Quim, Maxi (Fábio Coentrão), Luisão, Sidnei, David Luiz, Javi Garcia, Amorim, Di Maria, Aimar (Martins), Saviola (Keirrison) e Cardozo (Weldon);

ANÁLISE INDIVIDUAL:

Di Maria: O melhor em campo. Duas assistências maravilhosas para o 2º e 4º golos da equipa. Além disso, correrias estonteantes, dribles fantásticos e uma tremenda amplitude de movimentos. Começou à esquerda, depois passou para a direita e também andou no meio. Em todo o lado encheu completamente o campo. Fui daqueles que sempre acreditei no valor deste argentino. Grande pré-temporada.

Cardozo: É o matador da equipa. Não lhe peçam para fazer as fintas ou as tabelinhas que Saviola faz, não lhe peçam para cair nas alas ou sprintar como Weldon faz; peçam-lhe sim para meter a bola dentro da baliza. E nisso, Cardozo, é extraordinário. Mais dois golos (e vão 7! nesta pré-época), sendo que o primeiro só está ao alcance dos predestinados. Que pé esquerdo tem o tacuara!!

Pablo Aimar: É inacreditável como é que Quique Flores não soube explorar o talento e a magia deste jogador. Utilizar um criativo no meio dos centrais é qualquer coisa de incrível. Felizmente que Jorge Jesus percebe da coisa e utiliza "el Mago" onde, no fundo, toda a gente o viu brilhar ao serviço, por exemplo, da selecção argentina. Mais do que fazer jogar a equipa (e fá-lo na perfeição), o que é impressionante é a disponibilidade física do Pablo para pressionar alto e para recuperar bolas. A continuar assim, poderá muito bem voltar à selecção (até porque Veron já não é um jovem e Riquelme anda amuado com Maradona).

Javi Garcia: Tudo bem que do meio-campo para a frente os artistas tiveram em alta (excepção feita ao Rúben Amorim que foi o elemento mais apagado). Ainda assim, há que destacar a importância deste jovem espanhol como trinco. Confesso que não conhecia muito bem este jogador e, até ao momento, tem-me impressionado. Por vezes é algo rijo na forma como disputa certos lances (custar-lhe-á uns valentes amarelos com os nossos árbitros) mas o que é certo é que recupera bolas que se farta e, mais do que isso, sabe dobrar os laterais, auxiliar os centrais e travar as investidas do adversário quando a equipa está descompensada. Por tudo isto e muito mais, voto Javi Garcia para titular na posição de médio-defensivo tal a solidez que garante à equipa e a confiança que dá a Aimar para este se aventurar em pressões altas constantes.

Hoje, frente ao Guimarães, há mais. Muitas alterações vão haver o que automaticamente fará com que o jogo seja mais pausado. Ainda assim, vamos ver como é que unidades menos rotinadas neste sistema de Jesus se vão portar. Curiosidade para ver Weldon (deu boas indicações no jogo de hoje) e, naturalmente, Keirrison.