segunda-feira, agosto 30, 2010

BONS APONTAMENTOS




Não estarei muito longe da verdade se disser que foi a primeira vez, nesta temporada, que vi jogar o Sporting. Não foi um grande jogo mas creio que os de Paulo Sérgio fizeram o suficiente para ganhar.

Eis alguns dos apontamentos que tirei da partida:

- Digam o que disserem, Liedson é fundamental nesta equipa. Mais uma vez resolveu e, mais uma vez, trabalhou em termos ofensivos e defensivos para a equipa alcançar o maior dos sucessos possíveis.

- Impecável Carriço a defender. Sereno, tranquilo, seguro, atento e incrivelmente comandante (com tão tenra idade). É um atentado ao futebol ver nomes como Rolando ou Nuno André Coelho na selecção nacional e não ver Daniel Carriço, um pequeno-grande jogador.

- Folgo em saber que finalmente começa a haver espaço para Matias Fernandez. Para mim, é um jogador de grande qualidade e tem, em circunstâncias normais, lugar "de caras" neste Sporting. Se o meterem a jogar na posição dele, ele faz aquilo que vimos fazer hoje. De registar aquela finta maravilhosa na primeira parte seguida de um remate perigoso. Delicioso.

- Vão por mim, Valdés é craque! Acho que é mais perigoso na esquerda do que propriamente na direita (lugar onde actuou mais hoje) mas, quer numa faixa ou noutra, já se viu que este chileno tem uma quantidade infindável de soluções técnicas. Pena aquela jogada individual no segundo tempo não ter resultado em golo.

- Também não me espanta a afirmação de André Santos no conjunto leonino. Um jogador que sabe tocar a curta ou longa distância, sabe ocupar os espaços e sabe interpretar quando deve dobrar os seus colegas tem tudo para se impôr numa equipa como o Sporting. Penso que o lugar será, futuramente, de Pedro Mendes mas pode o adepto leonino estar descansado quando André Santos estiver em campo.

- Para além da arbitragem, do que menos gostei neste jogo foi da fraca prestação de Nuno André Coelho. Falhou muitos passes e cometeu muitos erros de posicionamento. Naquela que foi a primeira vez a sério que o vi actuar, tenho a dizer que me desiludiu completamente. Por muito que já tenha mostrado neste principio de época, volto a mostrar a minha estupefacção pelo facto do mesmo ter sido chamado para a selecção em detrimento de Carriço, o actual capitão do Sporting que já mostrou credenciais num clube de topo.

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domingo, agosto 29, 2010

REGRESSO ÀS VITÓRIAS




Não poderia ser mais feliz a imagem por mim escolhida. Dizia eu, na última análise que havia feito sobre este Benfica, que um dos principais problemas para os sucessivos desaires resumiam-se às fracas performances de dois jogadores absolutamente fulcrais nas tarefas defensivas e ofensivas da equipa: Javi Garcia e Pablo Aimar. Pois bem, desde já tenho a dizer que, se é verdade que Roberto foi o herói do jogo (já lá vamos!), Javi Garcia e Pablo Aimar (e também a ala esquerda) foram os melhores jogadores em campo (nota máxima para o argentino). Tinha a certeza que, mesmo sem Di Maria e Ramires, quando estes jogadores se apresentassem a um bom nível, a equipa automaticamente elevaria o nível de jogo. Foi o que aconteceu. Pena foi a expulsão de Júlio César que permitiu ao Setúbal "sair um pouco mais da toca" e evitar um cenário bem próximo daquele que viveu na temporada passada.

Sobre Roberto: não há dúvida que entrou bem na partida mas, contrariamente ao escrito na capa do record, não está, de todo, perdoado. Neste jogo não mais teve que intervir mas não me esqueço de um cruzamento para a área em que, mais uma vez, saíu à maluca. Foi salvo pela eficácia do defesa. Ou seja, por mais ou menos confiança que este penalty lhe possa trazer, já deu para ver que Roberto é horrível a sair aos cruzamentos. Por muito bem que passe a defender entre os postes, nunca uma defesa (ou adepto) poderá estar descansada com um guarda-redes que não consegue colocar um ponto final a um cruzamento que seja.

Fábio Coentrão e Gaitan. Começo a ver ali uma dupla bem interessante. Gaitan não é Di Maria mas tem apontamentos absolutamente deliciosos. Por estranho que pareça, a presença de Gaitan em detrimento do agora extremo do Real Madrid faz brilhar mais Coentrão. Naturalmente que o internacional português está mais jogador hoje do que há um ano atrás mas, me parece, aproveita mais e melhor o facto de Gaitan não ser tão vertical quanto o era Di Maria e, mais relevante ainda, não ser tão egoista (não é uma critica depreciativa a Di Maria) quanto era o seu compatriota.

Vitória justa num jogo que poderia ter conhecido contornos de goleada ao nível da do ano passado, não fosse o infantil disparate do limitado Maxi Pereira.

PS: Desde os tempos de Cristiano Ronaldo que não via o Manchester a jogar tanto à bola. Fantástica exibição, com particular destaque para Nani e Berbatov, este último a mostrar a qualidade que tanto lhe reconhecemos nos tempos de Leverkusen e Tottenham.
E que dizer do Mainz que, a perder 3-0 e em pleno terreno do Wolfsburgo, conseguiu virar para 3-4. Futebol, dirão uns, espectáculo, dirão outros!

sábado, agosto 28, 2010

DESABAFOS



- Incrível como, aparentemente, ninguém quer um internacional português de 31 anos, capaz de jogar à direita, esquerda ou ao centro, tendo já representado clubes como Sporting, Valência e Benfica. Marco Caneira.

- Segundo a imprensa, é praticamente um dado adquirido a contratação de Hleb por parte do Benfica. Partindo do principio que será a última contratação encarnada (e partindo do principio que mais ninguém de relevância irá sair), aqui ficam as duas balanças: saíram Quim, Di Maria e Ramires, entraram Roberto, Hleb, Gaitan, Sálvio e Rodrigo. Tivesse o Benfica acertado na contratação do guarda-redes e diria que o mercado tinha funcionado bem para o Benfica. Em primeiro lugar, pelo milagre de conseguir segurar Fábio Coentrão e David Luiz. Em segundo, porque todos os jogadores em questão já mostraram num clube ou numa selecção que têm enorme potencial. Por último, porque o encaixe financeiro conseguido com as vendas foi substancial.

- Custe a quem custar, o Porto tem dois jogadores assustadores: Hulk e Falcao. Quando Rúben Micael e Moutinho começarem a carborar e o sucessor do Simão na seleccão revelar melhor condição física, tenham medo... muito mesmo.

- Hugo Viana no Braga. Pois bem, na posição onde Domingos o colocava na temporada passada (ao lado de Vandinho), tenho desde já a dizer que não tem lugar. Esse mesmo é de Leandro Salino, um senhor jogador. Pode acontecer é Salino subir no terreno, saíndo Luis Aguiar. Na minha opinião, o Braga ficava a perder com esta hipótese.

- Em Inglaterra, tenho acompanhado com maior frequência noticias e jogos da liga inglesa. Particular atenção para dois jogadores: Albrighton, extremo do Aston Villa e Gareth Bale, defesa-médio do Tottenham. Este último, mais conhecido, é um jogador absolutamente fabuloso. Diria que só ainda não deu um salto para um dos três grandes ingleses porque estes, efectivamente, estão bem servidos (Evra, Clichy e Cole). No Real Madrid encaixaria que nem uma luva.

- Por falar em Real Madrid, a liga espanhola vai ser absolutamente fantástica. Acredito que Mourinho vai trazer uma nova alma ao Real mas este Barcelona, por incrível que possa parecer, ainda vai estar mais forte do que em anos anteriores. Com Villa no ataque, com Adriano a lateral esquerdo e com Mascherano a trinco, a coisa promete. Sou adepto do Barça mas vou desejar para que os dois clubes ganhem sempre. Se puder ser como na temporada passada tanto melhor: tudo a decidir-se na última jornada.

- Dzeko e Luis Suarez. Inacreditável como ninguém mete mão neles. Sorte para Wolfsburgo e Ajax. Sobre o conjunto holandês, aqui fica o meu vaticinio: passará a fase de grupos da Champions juntamente com o Real Madrid. (Daqui a uns meses voltamos a falar).

- Já com net, venha a bola!

sexta-feira, agosto 27, 2010

ROLABOLA


Está de regresso o Rolabola. Pelo menos nesta primeira volta, os moldes serão ligeiramente diferentes do habitual. Desde logo pelo facto de não termos prémios para oferecer. Poderão haver apostas por fora mas, nesta primeira volta, as inscrições serão gratuitas. Significa assim que todo e qualquer participante se poderá inscrever antes ou durante a competição, nesta última estando sujeita aos pontos do último classificado.

Assim sendo, avancemos para algumas informações que todos terão de ter em conta:

Pontuações:

Palpite certo (1x2): 3 pontos
Resultado certo (ex: 1-0): 7 pontos
Tendência: 1 ponto
Olhogolo (só resultado): 7 pontos
Marcador de serviço: 5 pontos por golo
Bónus vencedor(es) da jornada: 3 pontos

Regras:

- Passado o prazo estipulado, só serão validadas apostas de jogadores que, por um qualquer motivo, ainda não tivessem jogado na jornada. Naturalmente que só serão contabilizados os pontos dos jogos que ainda faltam disputar.

- Em caso de igualdade, conta para efeito de classificação o jogador que, na jornada anterior, melhor estava classificado.

- A primeira volta terminará aquando do terminus da 1ª volta do campeonato português.

- Vale para MVP todos os jogadores escolhidos pelo jornal "A BOLA".

Posto isto, informa-se que a 1ª JORNADA terá início no fim-de-semana de 11 e 12 de Setembro.

terça-feira, agosto 24, 2010

INÍCIO TERRÍVEL DO CAMPEÃO



Apesar de algo desligado e distante do que se vai passando no campeonato português (estou no estrangeiro mas em breve terei net em casa e a oportunidade de começar a ver os jogos mais importantes do nosso futebol), tenho visto todos os jogos do Benfica. A última vez que havia escrito um post sobre o campeão em título foi após a derrota frente ao Porto, jogo da Supertaça. Como podem verificar, estava longe de imaginar que, depois dessa derrota e do anterior desaire frente ao Tottenham para a Eusébio Cup, se seguissem mais duas derrotas, agora para o campeonato. Sim, vão 4 derrotas consecutivas e, mais do que isso, uma sucessão de más exibições individuais e até colectivas. Muito sinceramente, até então (supertaça), não estava minimamente preocupado com a equipa, com o guarda-redes, com o treinador ou com a inquietude de alguns adeptos. Sim, estava algo perturbado pelo facto de haver duas posições (extremos) que ainda não tinham sido reforçadas (face às saídas de Di Maria e Ramires) a uma semana de começar o campeonato mas, ainda assim, confiava na capacidade de Jorge Jesus e nos jogadores que o mesmo tinha à disposição. Para não haver más interpretações, desde já digo que a confiança quer no técnico quer no plantel se mantêm.

O que se terá passado para tão má entrada no campeonato?

Aponto aqui algumas situações que todas somadas, talvez expliquem o problema:

1. Inevitavelmente Roberto. Eu que, por norma, desculpo tudo e mais alguma num guarda-redes, desta vez não posso tapar os olhos aos inumeros erros do espanhol. Revela alguma segurança em remates de longe e a baixa-média altura mas, em tudo o resto, é um desastre. Péssimo a sair entre os postes, mau na comunicação com os centrais, enfim, não dá mais. Nesta altura, parece-me difícil avançar para a contratação de um outro guarda-redes. Assim sendo, Moreira para a baliza.

2. Mesmo com o problema na baliza e nas alas, para mim o principal problema deste terrível início de época tem-se prendido em dois jogadores: Javi Garcia e principalmente Pablo Aimar. O espanhol tem estado muito abaixo daquilo que lhe vimos fazer na época passada. Lento, pouco faltoso (algo que, por paradoxal que possa parecer, é visto como um aspecto negativo já que as suas faltas cirurgicas eram fundamentais para a equipa respirar e se reagrupar) e muito pouco influente nas transições defesa-ataque (também o era o ano passado mas era bem mais participativo do que agora).
Quanto a Pablo Aimar, começou bem a pré-temporada mas, ultimamente, apagou-se por completo. Falta-lhe aquela magia, criatividade e explosão que tanto lhe reconhecemos. Sem este jogador (e sem Javi), o jogo do Benfica perde muito do seu esplendor (podem dizer-me que o apagão de Aimar se resume ao facto de olhar para os flancos e não ver Di Maria ou Ramires. Aceito mas não vou só por aí, até porque já tivemos Fábio Coentrão, Gaitan e Rúben Amorim nas alas (jogadores com inegável qualidade e, em alguns aspectos, similares aos jogadores da época passada e nem assim tivemos o Aimar que conhecemos.
Isto leva-me a outro ponto: Airton e Carlos Martins. Exceptuando o jogo infeliz com o Porto (de toda a equipa), a verdade é que foi com estes dois jogadores que o Benfica (já) rubricou grandes jogos nesta pré-temporada. Ou seja, isto prova aquilo que acabei de escrever acima: faltam soluções para as extremidades do losango (que saudades de Urreta), Roberto tem sido de uma miséria franciscana mas, independentemente disso, este Benfica já mostrou grande qualidade mesmo com essas adversidades. Atenção, continuo a achar Javi e Aimar, em circunstâncias normais, os titulares. Contudo, para ser sincero, Airton e Martins estão claramente em melhor momento.

3. Mérito dos adversários. Não podemos deixar de referir que Nacional e principalmente a Académica fizeram grandes exibições frente ao Benfica. A equipa de Jorge Costa fez um jogo exemplar na Luz. Muito bem organizada e com vontade de discutir o jogo - gosto muito de ver uma equipa com jogadores rápidos na frente, algo que as nossas melhores equipas deveriam ter para tentar atenuar diferenças contra os colossos na Champions -. Verdade que teve sorte a acabar mas procurou-a.
Quanto ao Nacional, não foi tão afoito como foram os "estudantes" mas primou pela organização defensiva e aproveitou a exacerbada vontade do adversário em vencer o jogo, colocando sempre muitas unidades (defensivas) na frente que permitiu aos de Jokanovic jogar em contra-ataque e explorar os espaços.

4. As bolas paradas. Contrariamente ao que viamos no ano passado, o Benfica deixou de criar perigo em cantos ou livres. Mas, se isso é preocupante, mais "dramático" é o facto de o Benfica estar sistematicamente a sofrer golos de bola parada. Não, não é culpa exclusiva de Roberto. Luisão, David Luiz, Cardozo e Javi têm obrigação de dominar o território aéreo até porque não há muitas equipas com tantos jogadores (gr incluído) com tamanha envergadura.

5. Cardozo e Alan Kardec. O paraguaio chegou mais tarde mas rapidamente começou a fazer golos. No entanto, o seu rendimento tem vindo a decair jogo após jogo. Já lhe vimos maior condição física do que aquela que evidência nesta altura. O volume de jogo não tem sido tão elevado como já o foi noutras ocasiões mas o paraguaio tem obrigação de fazer mais e melhor. É curioso que o melhor periodo do "Tacuara" coincidiu com o grande momento de Kardec no início desta época. Uma vez lesionado, não mais Cardozo sentiu necessidade de mostrar serviço. Bem sei que é uma mera curiosidade, mas não deixa de ser verdade.
Quanto à ausência de Kardec, penso que foi uma enorme perda já que vinha mostrando o porquê de ter vindo para Portugal. Estou em crer que estamos na presença de um jogador com um grande futuro pela frente. Joga bem de cabeça, movimenta-se bem dentro e fora da área, sabe jogar com e sem bola, remata bem, marca livres, não é individualista, é muito jovem e, por conseguinte, tem uma enorme margem de progressão... enfim, na minha opinião, um jogador que poderia ter ajudado nestes jogos em que o Benfica, invariavelmente, teve de atacar e furar grandes e compactas muralhas defensivas.

Com a chegada de Sálvio - jogador que adorei ver no campeonato sul-americano de sub-20 mas que me desiludiu no Atlético de Madrid -, com o regresso de Gaitan à competição e com uma primeira vitória (que, acredito, irá chegar no próximo fim-de-semana frente ao Setúbal), penso estarem reunidas condições para o Benfica reentrar no trilho que já habituou os seus adeptos. Volto a repetir, com Moreira na baliza, logicamente. Pelo exposto, diria que estou muito mais preocupado do que estava há um mês atrás mas continuo a acreditar que este plantel tem tudo para ombrear com Porto, Braga e Sporting (talvez) pelo campeonato. Se (Aimar, Javi, Cardozo...) Jesus quiser, claro está!

sexta-feira, agosto 20, 2010

BRAGA


Vi com muita atenção os dois últimos jogos do Braga (Portimonense e Sevilha). A ver pela amostra, me parece que este conjunto bracarense ainda está mais forte do que na temporada anterior. Basta dizer que, contrariamente ao ano passado, nestes dois jogos bracarenses, não me vieram os bocejos à boca e nem muito menos fiquei com a sensação de estar a ver um jogo de futebol por frete ou por não ter mais nada que fazer.

Já se sabia que o grande segredo de Domingos Paciência era a organização defensiva. Pese embora ter perdido João Pereira, Evaldo e Eduardo, acho que a equipa manteve essa coesão que lhe permite encaixar muitos poucos golos. Ficou provado neste jogo que até uma equipa da dimensão do Sevilha tem dificuldades em contrariar a teia montada pelos arsenalistas. Quanto aos reforços "lá para trás", ainda não consigo dizer muito sobre o guarda-redes Felipe (para já revela segurança e frieza) e, em relação ao lateral esquerdo nigeriano, fiquei com pior impressão depois de Jesus Navas ter feito o que quis neste último confronto europeu. Ainda assim, Elderson já mostrou noutros jogos o porquê de ter sido contratado.
Dizia eu que a grande força deste Braga é a sua organização defensiva. Neste capítulo, destaco três jogadores absolutamente fundamentais: Rodriguez, Moisés e Vandinho. O primeiro é forte na marcação e muito rápido na antecipação, o segundo é mais lento mas é fortíssimo no jogo aéreo (formam uma grande dupla) e, finalmente, Vandinho, é um trinco extraordinário que tem pilhas que nunca mais acabam e, à imagem de Javi Garcia ou Fernando, consegue perceber o momento em que a equipa fica desequilibrada para, com eficiência, remendar essa situação. Quando numa equipa se falam em estrelas, normalmente olha-se para os craques, os tecnicistas e os virtuosos. Neste Braga, olha-se para os operários que conseguem dar estrutura a uma equipa.

Se foi memorável o que se passou no Estádio AXA na passada quarta-feira, tal feito também se deveu a um jogador que, reconheço, não lhe via tanto potencial nos anos que teve na Madeira: Salino. Impressionante a sua capacidade física e vontade em estar sempre perto das duas áreas. Se lhe pudesse fazer uma justa comparação, compará-lo-ia a Ramires. Mais pequeno em tamanho, é certo, mas igualmente gigante na forma como nunca dá um lance por perdido. Quando Luis Aguiar estiver em forma, teremos um meio-campo do Braga fortíssimo - nesta altura já ninguém se deve lembrar de Hugo Viana -.

Que mais posso dizer deste Braga depois de ter conseguido jogar taco-a-taco contra uma das melhores equipas espanholas? É verdade que o Sevilha ainda está numa fase embrionária da sua preparação mas, não esquecer, foi a mesma equipa que venceu 3-1 o Barcelona dias antes do confronto europeu. Naturalmente que tais factos não fazem o Braga favorito para a segunda mão mas acredito que os sevilhanos terão de suar muito para ultrapassar esta teia montada por Domingos Paciência.

Uma palavra final para Matheus, Lima e Hélder Barbosa. Sobre Matheus, adoro ver uma equipa com jogadores rápidos na frente e que a qualquer momento podem fazer tremer uma defesa. É uma arma que, seguramente, vai ser explorada por Domingos. Na Champions, mais do que nunca, é necessário ter jogadores deste tipo porque contra as grandes equipas, torna-se difícil jogar em ataque continuado.
Quanto a Lima, acho que é mais um jogador de qualidade. Comparar este brasileiro a Meyong é como comparar um mini contra um golf. Estou convencido que vai fazer muitos golos em Braga, especialmente nos jogos em casa.
Em relação a Hélder Barbosa, confesso a minha surpresa pelo facto de não estar a jogar tanto como pensaria. Paulo César tem-se apresentado muito bem neste início de época mas, no meu entender, Barbosa é mais jogador e, penso eu, daria mais poder de fogo ao ataque bracarense.

PS: Sílvio provou, no segundo tempo frente ao Sevilha, que é mais jogador que Miguel Garcia. Mais cedo ou mais tarde, vai agarrar o lugar.

PS1: Quando assistirem a um jogo do Aston Villa, sigam com atenção o número 12, o jovem Albrighton.

sábado, agosto 07, 2010

BOAS ENTRADAS





Antes de avançar com uma breve análise àquele que foi o primeiro jogo oficial da temporada, aproveito para dizer que por motivos profissionais, não me foi possível actualizar o blog com a regularidade que gostaria. Ainda que não tenha grandes motivos para postar na denominada "silly season", a razão principal desta minha ausência da blogosfera deveu-se à falta de tempo e disponibilidade para o efeito.

Esclarecimentos à parte, vamos ao que interessa. No primeiro jogo a doer, deu Porto. Diria, com toda a convicção, que ganhou a equipa que mais fez para vencer o jogo. Naturalmente que ajudou o golo madrugador de Rolando - marcar primeiro num clássico/derbi é, quase sempre, um factor decisivo para encontrar o vencedor da partida - mas, olhando o jogo de uma forma mais cuidada, creio que o Porto foi, durante mais tempo, mais equipa e, essencialmente, soube defender melhor. Aliás, na minha opinião, o ponto chave deste jogo prendeu-se fundamentalmente com a organização defensiva das duas equipas. É verdade que o Benfica atacou mais, também é correcto dizer que os "encarnados" colocaram sempre mais unidades nas acções ofensivas do que o Porto nas suas mas, expremendo tudo isso, me pareceu que, com menos gente, o Porto assustou sempre mais Roberto do que o Benfica incomodou Hélton. Por conseguinte, olhando àquilo que se passou dentro das quatro linhas (e, como é habitual, com os casos de arbitragem a passarem-me ao lado porque não gosto de entrar por esses caminhos, isto apesar de reconhecer que houve muitos lapsos a prejudicar as duas equipas), não me surpreendeu a vitória do Porto que denotou uma boa ligação entre os sectores e, mesmo com uma defesa de remendo, soube contrariar o forte ataque benfiquista.

Naquele que foi o primeiro jogo que vi esta temporada dos dragões, gostei de ver, no essencial, a organização da equipa. Aquando da posse de bola (mesmo Falcao), havia sempre alguém perto a dar a linha de passe. Isto demontra trabalho e boa condição física. Nota positiva também para as unidades da frente, com especial ênfase para Varela, aquele que foi, para mim, o melhor jogador em campo. Feliz o treinador que tem dois extremos da qualidade de Varela e Hulk. Rápidos e bons tecnicamente, facilmente criam problemas a quem gosta de jogar com os laterais subidos como é o caso deste Benfica. Foi essa uma das armas de Villas-Boas que acabou por resultar em pleno: ataques rápidos pelas extremidades. A juntar a tudo isso, quem tem Falcao na frente arrisca-se a marcar muitos e bons golos. O segundo golo azul e branco explica, na perfeição, tudo aquilo que acabei de escrever.

No lado benfiquista, é difícil fazer destaques quando, na verdade, tudo correu mal. Destacaria César Peixoto e David Luiz que, apesar de mal a defenderem, tentaram espevitar o ataque; ao salientar dois defesas, creio que digo tudo sobre a nulidade que foi o ataque benfiquista. Lembro-me de um remate de Carlos Martins no primeiro tempo e dois remates de Saviola no segundo (um deles que permitiu a defesa da noite a Hélton) e pouco mais. Muito pouco para quem tanto caudal ofensivo (e golos) obteve nos jogos de pré-temporada.
Apesar do desaire (o segundo consecutivo), tenho a convicção que a equipa está no bom caminho e apresenta sinais muito animadores para encarar esta temporada com optimismo. É verdade que ainda não tem um guarda-redes com garantias (Roberto fez duas ou três boas defesas mas esteve péssimo em algumas saídas da baliza) e também é óbvio que ainda faltam alternativas para as alas. A uma semana de começar o campeonato, é algo preocupante mas prefiro pensar nos que cá estão e esses, mesmo tendo entrado nesta temporda com o pé esquerdo, já mostraram e continuarão a mostrar que dão muitas garantias.