segunda-feira, setembro 23, 2013

NOTAS SOLTAS

Começando pela vitória do Benfica em Guimarães. Muito sinceramente, não gostei da exibição. Lentidão nos processos e demasiado respeito por uma equipa que, na maior parte do tempo, se limitou a defender com 10 e a jogar todas as fichas num avançado que, reconheça-se, dá muito trabalho a uma defesa. Foi um deserto total de ideias e, para além do suor de Enzo e da confirmação de Fejsa como reforço, pouco ou nada se viu. Ainda assim, valeu pelos 3 pontos que, nesta altura, são sem dúvida importantíssimos. Salientar ainda o facto do golo ter nascido em mais uma bola parada criativa. Neste particular, o Benfica mostra trabalho de casa.

Na Amoreira, assistimos a um dos melhores jogos dos últimos tempos. Especialmente pelo facto de termos visto um Estoril sensacional. Adoro o Marco Silva e a sua forma de encarar as partidas. Discurso humilde e uma estratégia sempre virada para a baliza adversária. No dia em que Jesus tiver de sair da luz, era este quem gostaria de ver por lá.
Quanto ao Porto, não me parece que tenha merecido mais que o empate. Teve um Lucho González genial e um Jackson matador como sempre mas faltou qualquer coisa na manobra ofensiva da equipa. Continuo na minha, Licá e Varela são bonzitos mas não estão à altura dos dois atletas que mencionei anteriormente. E isto já para não falar na "questão-Quintero".
A respeito das declarações de Paulo Fonseca no final do jogo, apenas vêm comprovar uma coisa: quem vai para aquele clube, muda automaticamente de discurso e até de personalidade. E é pena.

Se Paulo Fonseca merece criticas da minha parte, já Leonardo Jardim merece elogios. O seu discurso, o seu respeito pelo adversário e pelos árbitros é de louvar. Não tem duas faces e nota-se que tenta fazer o seu trabalho sem desculpas. Este sim, um senhor!

Lá fora, Nápoles a confirmar a sua candidatura ao título; Barcelona a passear-se por Espanha; Bayern a fugir ao Dortmund; Man United a mostrar que não se mexeu bem no mercado de verão. A equipa está desequilibrada e Van Persie não resolve sempre (muito menos quando está na bancada). Este ano City e Chelsea jogam com treinador pelo que não acredito que voltem a haver milagres. 

quarta-feira, setembro 18, 2013

REGRESSO

Depois de algum periodo de ausência, estamos de regresso para escrever sobre aquilo que mais gostamos. Nada melhor do que voltar a tempo do pontapé de saída de mais uma champions. 

Vitória tranquila do Benfica frente a um adversário que, apesar de modesto, conta com três jogadores interessantes: o médio defensivo De Zeeuw (que até esteve apagado) e a dupla de atacantes constituída por Matias Suarez e (principalmente) um tal de Mitrovic que já tinha deixado muito boas indicações no Europeu de Sub19. Não creio que tenham colectivo suficiente para fazer grande coisa neste grupo mas poderão roubar pontos na condição de visitado. 

Bom jogo do Benfica. Melhor dizendo, primeira parte intensa, de pressão alta e domínio total de jogo e um segundo tempo de maior contenção, visando sobretudo segurar a vantagem. Neste particular, ordens de Jesus, me pareceu. E compreende-se. A equipa ainda não tem "físico" para pressionar e jogar no meio-campo adversário durante 90 minutos; na champions todo o cuidado é pouco; e há um jogo importantíssimo já no próximo fim-de-semana. Por conseguinte, diria que estes 3 factores levaram a que tivessemos uma segunda parte mais morna e sem tantos motivos de interesse.

POSITIVO E NEGATIVO:

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- Entrada à "champion". Na estreia e a jogar em casa, nada melhor que uma entrada forte e assertiva no encontro. A pressão alta e o acreditar no erro do adversário rendeu um golo madrugador que deu tranquilidade e ânimo à equipa. 

- Espírito guerreiro da equipa. Todos os jogadores (Cardozo incluído) a lutarem pela posse de bola. O Benfica, mormente no primeiro tempo, mostrou capacidade de luta e vontade em ter bola. Esta entrega ao jogo fizeram com que Artur, contrariamente ao que tem sido norma, tivesse uma tarde-noite tranquila. 

- Voltaram os golos de bola parada. Já tinha acontecido frente ao Paços e voltou a suceder frente ao Anderlecht, num lance em que André Almeida acreditou e Luisão respondeu com categoria. Além deste momento, vimos novas ideias e novas tentativas de cobrar livres e cantos. Agrada-me esta situação.

- Qualidade do plantel. Gosto de ver Jesus a rodar o plantel consoante as necessidades e as características do jogo e do adversário. Incrível como a equipa não se descontrola sem, por exemplo, os seus 3 atacantes mais influentes no ano passado: Sálvio, Gaitán e Lima (este último por opção).

- Bom voltar a jogar com laterais. André Almeida garante maior estabilidade a defender e Siqueira, apesar de ainda tímido e com pouco ritmo competitivo, tem mais futebol nos pés do que Cortez numa unha. 

- Fejsa. Que bela surpresa. Depois de uma excelente entrada frente ao Paços, voltou neste encontro a mostrar o porquê da sua contratação. A continuar assim, tem lugar garantido no onze. Com ele, ganha Matic, ganha Enzo e ganha a equipa pois garante maior estabilidade defensiva e equilíbrio no meio-campo. 

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- Os assobios perto do final do jogo. A equipa a ganhar e a fazer posse de bola deu lugar a assobios por parte do público. Se já por si sou contra esta moda, muito mais me incomoda quando se está a ganhar e a tentar controlar o jogo e o tempo deste. Ridículo.

- Desgaste físico. Percebe-se que a equipa ainda não tenha capacidade para durar 90 minutos a bom nível mas nota-se uma certa fragilidade física nos jogadores que preenchem os corredores. Markovic, Enzo e Siqueira duraram menos do que seria expectável e a equipa ressentiu-se. Depois, Ola John, como tem sido seu apanágio, também não trouxe nada ao jogo. E quando o Benfica perde fulgor nas alas, o ataque perde bastante.

Em suma, boa vitória e entrada com o pé direito na competição. Já agora, boas noticias também vindas da Grécia. Estou convencido que 9 pontos em casa e 1 ponto fora são suficientes para seguir em frente. Ainda assim, e porque é do Benfica que estamos a falar, há que mostrar também fora de portas que estamos perante uma equipa forte e com ambição na prova. Na próxima jornada o teste será duríssimo. Mas atenção, não é impossível e, como tal, há que lutar e deixar tudo em campo em busca do resultado positivo.