quarta-feira, setembro 17, 2014

ENTRADA COM O PÉ ESQUERDO


E o pé esquerdo de Hulk foi mesmo o pior inimigo do Benfica. A equipa entrou mal no jogo e aquele tridente composto por Shatov (belo jogador!), Danny e o incrível (mais uma vez esteve sublime na Luz) aproveitou a apatia defensiva encarnada que contou com um Jardel infeliz no passe (nestes palcos nota-se mais o erro) e com um Samaris completamente perdido em termos defensivos (melhorou na segunda parte, sobretudo a nível ofensivo, mas defensivamente ainda está longe daquilo que Jesus pretende).

Estamos na champions e os erros pagam-se caro. Podem dizer-me agora à posteriori que Jesus esteve mal porque deveria ter povoado o meio-campo ou porque André Almeida deveria ter assumido a posição de trinco já que Samaris ainda não percebe a dinâmica da equipa. Pois, é sempre mais fácil tomar decisões depois de ver o que o jogo dá. No meu entender, esteve bem o técnico em manter a equipa que goleou o Setúbal. É verdade que praticamente tudo correu mal mas a equipa, sobretudo depois do 0-2, deu sinais de que tem valor, tem qualidade e tem armas para ganhar jogos em casa e fora neste grupo. É preciso ter calma e paciência para com o trabalho que está a ser feito. Tenho tido este discurso desde o início e mantenho esta linha: estes jogadores e este treinador dão-me garantias de sucesso esta temporada. Na champions é mais difícil mas acredito que ainda vamos a tempo de lograr algo bonito.

Destaques:

- Artur: o homem está de rastos. Até Paulo Lopes parece mais tranquilo que o brasileiro. Não tem, neste momento, condições para ser titular na baliza do Benfica.

- Maxi: não sou propriamente um fã de Maxi mas reconheço que o uruguaio dá sempre tudo em campo. Deu sempre a frente a Shatov e em alguns momentos isso podia ter custado mais caro ao Benfica; ao nível ofensivo, deu sempre profundidade ao ataque e deu sempre outras soluções a Sálvio.

- Jardel: infeliz no passe. Esteve bem na marcação mas nota-se as suas dificuldades quando pressionado. Neste jogo, por todos os motivos e mais alguns, sentiu-se saudades de Garay.

- Eliseu: o golo de Hulk não é propriamente responsabilidade sua já que estava em momento ofensivo e não teve tempo para recuperar. De resto, cumpriu. Perdeu alguns lances - com Hulk qualquer lateral tem dificuldades - mas, no geral, sai com a sensação de que não foi por ele que apareceram os golos do adversário.

- Samaris: horrível na transição defensiva nos primeiros 45 minutos. Não deu cobertura aos laterais e não foi a muleta que os centrais tanto precisam. Jesus ponderou substitui-lo ainda no primeiro tempo mas, curiosamente, ainda bem que não o fez. O grego melhorou e, no segundo tempo, mostrou alguns dos atributos que levaram o Benfica a contratá-lo. Ainda vai precisar de tempo (não estou totalmente convencido que seja um "6") mas parece-me que poderá vir a ser preponderante nesta época.

- Enzo: aos 85 minutos, depois de uma tremenda arrancada, meteu os braços nos joelhos e "disse" a toda a nação benfiquista: "não posso mais". Um pulmão extraordinário e uma qualidade técnica acima da média. Um jogador tremendo que, por si só, merecia ter tido um resultado final mais feliz. 

- Sálvio: o melhor jogador do Benfica nesta partida. Correu até mais não e foram dos seus pés as melhores e mais perigosas jogadas da equipa. Mais um que merecia mais qualquer coisa deste jogo.


Uma derrota amarga mas que em nada pode abalar o trajecto da equipa. Há que mostrar já frente ao Moreirense que a equipa continua focada em evoluir. Provavelmente teremos alguns jogadores novos neste jogo (suspeito que nomes como Ola John, Jonas, Julio César e o próprio Cristante possam ter minutos) e há que vencer para que a moral continue em cima. Depois, frente ao Leverkusen, há que acreditar que é possível. Eu, como sempre, acredito!

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