quarta-feira, novembro 26, 2014

O EFEITO SHATOV


Não concordo com a teoria de que foi Jesus que perdeu o jogo com a substituição que fez a meio do segundo tempo. Aquando da saída de Talisca (mais uma vez uma nulidade!) já o Zenit estava por cima no jogo - podia ter marcado por Hulk momentos antes (e aí o ex-Bahia ainda estava em campo, por exemplo) -. E porquê? Porque Villas Boas é um bom treinador e mexeu muito bem na equipa. A entrada de Fayzulin e principalmente a chegada de Shatov ao jogo - já na Luz foi ele que desequilibrou a partida - revolucionaram totalmente o encontro. Os russos passaram a dominar o centro do terreno e acabaram por controlar os últimos 25 minutos.

Mais do que cascar no treinador, para mim tivemos 3 factores decisivos e que levaram a este desfecho: quebra física de alguns jogadores a meio do segundo tempo; qualidade individual do adversário; falta de eficácia nos primeiros 15 minutos da etapa complementar. Quem quiser apontar o "culpado do costume" em jogos champions está à vontade mas não contem comigo para isso. Claro que se entrasse Pizzi ou Cristante a equipa poderia equilibrar mais o meio mas Jesus lançou Derley para tentar ganhar a partida. Percebi a ideia, provavelmente não era essa a substituição que faria mas, na minha opinião, não foi por ela que o Benfica perdeu e, mais importante que isso, o jogo estava claramente a pedir a saída de Talisca, um jogador que, francamente, não lhe reconheço talento suficiente para ser aquilo que já querem fazer dele.


Com a vitória do Mónaco, dissemos adeus à Europa. Um dia negativo para o Benfica mas a vida continua. O plantel é desequilibrado e sentia-se que apenas tinha "pulmão" para consumo interno. Concentremo-nos pois então por cá. Com ou sem Enzo, a minha confiança é total nestes jogadores e nesta equipa técnica.

PS: As declarações de Jesus foram surreais. Há que ser realista e admitir que a prestação na Europa foi muito fraca. Tudo bem que o grupo era exigente mas uma equipa do pote 1 não pode chegar ao último jogo com apenas 2 golos marcados. O Benfica não é, nunca foi e nem nunca será um qualquer Bate desta vida. Pedia-se mais e Jesus, como responsável máximo, deveria assumir as suas responsabilidades.


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