quinta-feira, abril 24, 2014

QUE ONZE?


Sem Gaitán, confesso que a minha confiança baixou em 10%. Diria que este tipo de jogos frente a equipas compactas e que defendem com muitos e bons, necessita de jogadores que, por si só, resolvam jogos. Nico é, naturalmente, o artista-mor desta equipa. Com ele e Markovic, as coisas poderiam tornar-se bastante complicadas para a Juve. Ora, com a lesão do argentino, Jesus terá de sacar um coelho da cartola.

Primeiramente, vamos às opções.

1. André Gomes+Enzo+Ivan Cavaleiro+Markovic+Rodrigo+Lima

2. André+Rúben+Enzo+Markovic+Rodrigo+Lima

3. André+Enzo+Marko+Sule+Rodri+Lima

4. André, Enzo e Rúben + Rodri+Marko+Lima

5. André+Enzo+Rodri+Marko+Djuricic+Lima

6. André+Enzo+Rodrigo+Markovic+Lima+Cardozo

7. André Almeida+André Gomes e Rúben + Enzo+Markovic+Rodrigo

De todas as hipóteses lançadas, sinceramente apostaria na hipótese 5, isto é, com André Gomes a "6", Enzo na sua posição natural e depois na frente três criativos nas costas de Lima. Djuricic seria, pois então, a surpresa, sendo que até poderia começar na esquerda a fazer de Gaitán, algo que, de resto, já o fez no passado ao serviço do Herenveen.

Reforçar o meio-campo com um homem como Rúben Amorim também poderia ser uma solução interessante mas não gostaria muito de ver Enzo encostado a uma faixa. Percebo que o possa fazer com qualidade mas estaríamos a mexer em duas posições (médio centro e extremo) quando, creio, temos soluções válidas no plantel para apenas lançar alguém que faça as funções do Nico.

Aguardemos com muita expectativa e muita confiança não só no nosso treinador mas também nos nossos atletas. 

segunda-feira, abril 21, 2014

BENFICA de A a Z


Alegrias. Foram muitas as que o Benfica nos deu este ano. Um futebol alegre, bonito e atraente. 

BenficaTv. O ano ficou marcado pelas transmissões dos jogos em casa no canal do clube. Um sucesso a todos os níveis.

Campeões nacionais. O 33º título nacional foi difícil mas inteiramente justo. 

Dobradinha. Há hipóteses reais do Benfica conquistar campeonato e taça de Portugal. 

Eusébio. Em 2014 o Rei partiu. Onde quer que esteja estará, seguramente, orgulhoso.

Fejsa. Matic partiu em Janeiro e o sérvio teve a difícil missão de ocupar o lugar do seu compatriota. Fê-lo de forma exímia. Um dos grandes pilares do sector recuado e um dos principais responsáveis pela excelente segunda volta a nível defensivo.

Gaitan. O argentino está porventura a fazer a sua melhor temporada de águia ao peito. Das unidades da frente, foi o mais regular e o mais desequilibrador ao longo desta temporada. Juntamente com Luisão e Enzo Perez, Nico estará, provavelmente, na linha da frente para o prémio de jogador do ano 2013/2014.

Homenagens. Eusébio e Mário Coluna deixaram o reino benfiquista mais pobre e os adeptos fizeram questão de transmitir ao mundo a importância que estes dois monstros sagrados tinham, têm e terão. A própria Uefa fez questão de prestar uma bela homenagem 

Inteligência. Jesus teve muito mérito na forma como geriu o seu plantel em função do desgaste físico e dos compromissos nacionais e europeus.

Jesus. Um dos principais responsáveis por esta época cheia de sucesso e vitórias. Estou convencido que vai arrecadar o prémio de treinador do ano.

Liga Europa. Seria fantástico voltar a alcançar uma final europeia. Ainda assim, aconteça o que acontecer frente à Juventus, é fantástico ver o percurso do Benfica nesta competição nestes últimos anos.

Markovic. Chegou ao Benfica como um total desconhecido e cedo demonstrou o porquê da sua contratação. Acabou por fazer uma temporada notável, com grandes momentos de magia e golos de levantar o estádio. O prémio revelação do ano assenta-lhe que nem uma luva.

Nemanja. Matic saíu em Janeiro para o Chelsea mas o título de campeão nacional também lhe pertence. Foi um dos pilares do Benfica de Jesus e um profissional de enorme categoria. 

Oblak. O menino agarrou o lugar a meio da época e segurou-o com a mesma segurança e determinação que habituou os seus companheiros e os adeptos em cada jogo. Juntamente com Artur, fica na história como o primeiro guarda-redes estrangeiro a sagrar-se campeão nacional pelo Benfica.

Pireu. A critica definiu o jogo do Benfica na Grécia como um dos melhores da temporada. Curiosamente, o jogo acabou em derrota e essa mesma ditou a saída precoce da liga milionária. O momento mais triste da equipa no que vai de temporada.

Quatro. O título está arrecadado mas o Benfica tem ainda hipóteses de conquistar as quatro competições em que está envolvido. Seria uma época de sonho se conseguissem o pleno.

Rodrigo. O hispano-brasileiro voltou este ano a mostrar todo o seu valor. Foi o avançado que mais se destacou, não só pelos seus golos mas também pelas suas arrancadas explosivas. Fundamental para a saúde ofensiva que o Benfica demonstrou.

S(a)(i)lvio. As lesões fazem parte do futebol mas aquelas que afectaram Sálvio e Sílvio foram gravíssimas e deixaram marcas em todo o seio benfiquista. O azar bateu à porta destes dois grandes jogadores e marcam também aquilo que de menos bom se fez sentir para os lados da luz.

Táctica. Muitos foram aqueles que apontaram o dedo a Jesus por insistir em jogar em 4x1x3x2, isto é, com muitas unidades ofensivas e com pouca protecção do meio-campo. Hoje todos gostam de ver a dupla Rodrigo-Lima e muitos são os elogios à estratégia defensiva da equipa.

Unanimidade. Quando até a generalidade de adeptos de Porto e Sporting salientam a justiça da vitória do Benfica no campeonato, creio que está tudo dito sobre a diferença exibicional do glorioso para as demais equipas.

Vieira. O grande obreiro. Acreditou em Jesus contra tudo e contra todos. Além disso, voltou a dar-lhe todos os recursos necessários para a elaboração do seu trabalho.

Xerife. Luisão terá feito tão e somente a sua melhor época de sempre. Um autêntico patrão no centro da defesa e um enorme capitão dentro e fora de campo. 

Zero. Foram muitos os jogos esta época em que a equipa encarnada manteve as suas redes invioláveis. Se na era Jesus a equipa sempre se portou melhor em termos ofensivos, este ano a coisa ficou bem mais equilibrada. Mérito de toda a equipa técnica e das contratações que se revelaram mais valias neste parâmetro.


33


Parabéns ao presidente Luis Filipe Vieira por ter confiado no mister e por lhe ter dado todas as condições para fazer um bom trabalho.

Parabéns ao grande Jorge Jesus. Montou uma grande equipa, foi um verdadeiro líder e demonstrou ser, uma vez mais, um treinador de topo europeu. 

Parabéns aos jogadores. Demonstraram ser um verdadeiro plantel. Remaram todos para o mesmo lado e, salvo duas ou três excepções, sempre que chamados mostraram ao mister o porquê de representarem o Sport Lisboa e Benfica. 

Parabéns aos maravilhosos adeptos. Um autêntico mar vermelho se sentiu ontem por todo o país e por muitos cantos do mundo. E não nos foquemos apenas no dia do título. Durante a temporada foram aumentando as expectativas e empurrando a equipa para a conquista dos objectivos. Notável o apoio que, acredito, se irá fazer sentir até Maio.

Parabéns a mim. Sempre acreditei nesta equipa, nestes jogadores e fundamentalmente no treinador. Dizia eu o ano passado (uma ou duas semanas antes de se saber o que o Benfica poderia ganhar) que quem demonstra esta qualidade e este trabalho, está sempre mais perto de conquistar títulos. O ano passado os detalhes foram-nos madrastos. Esta época o azar não poderia bater-nos à porta outra vez. 
Está aí o primeiro grande objectivo e, acredito, outros mais virão.

Posto isto, diga.... 33!!

quinta-feira, abril 17, 2014

A ARTE DO MESTRE ANDRÉ



Quando vi André Gomes de início a "6", desconfiei. Não porque não acredite neste menino - muito pelo contrário - mas porque não via nele um jogador com capacidade e intensidade suficientes para contrariar uma zona intermédia do Porto que, regra geral, costuma ser forte. Pois bem, enganei-me redondamente. O nosso Gomes fez um jogo tremendo, recuperando inúmeras bolas e jogando sempre com critério. Depois, o golo é só uma autêntica obra de arte, de um jogador que sempre me transmitiu boas sensações. Claro que ajuda jogar atrás ou ao lado de um super atleta como Enzo Perez mas, em todo o caso, houve muito mérito de André Gomes que terá feito, sem dúvida alguma, o melhor jogo ao serviço do Benfica.

Não posso deixar, uma vez mais, de tirar o chapéu a Jorge Jesus por mais uma cartada que veio a revelar-se genial. É como ele diz, quem treina os jogadores é o próprio e é o nosso mister quem sabe melhor que ninguém quem e onde deve jogar. 

E por falar em mister, pela segunda vez em dois anos, conseguiu virar uma meia-final após derrota (1-0) na primeira mão. Já tinha sido assim frente ao Fener e voltou a suceder com o FC Porto. E tal como nesse jogo europeu, a reviravolta foi sofrida (depois de chegar à vantagem a equipa também sofreu o golo da igualdade, vendo-se obrigada a marcar dois golos) mas foi totalmente justa. Houve crer, raça, ambição, união, classe e, naturalmente, todo um publico envolvido que elevou a equipa para patamares de excelência. Como dizem os ingleses, remarkable!!

Dizia eu o ano passado - mais ou menos por esta altura - que uma equipa com esta qualidade está muito mais próxima de ganhar títulos. É verdade que o ano passado não ganhámos nada mas ninguém pode pôr em causa a excelência do trabalho do nosso treinador. Felizmente que Luis Filipe Vieira não foi em cantigas. Está aqui a prova de que não só temos um plantel de enorme qualidade mas também uma equipa técnica do melhor que se viu por estes lados. Saibamos dar mérito e valor a quem o tem. Os obreiros de mais uma grande época? os 3 mosqueteiros: Jorge Jesus, o presidente e os jogadores. Parabéns a todos e, da minha parte, o meu muito obrigado por tantas alegrias!

PS: Percebo que, por causa de Ronaldo, Bale não jogue a extremo esquerdo. Na minha opinião, é abissal a diferença de rendimento do galês quando joga nessa posição. Parabéns ao Real que conseguiu superiorizar-se a uma equipa sem centrais, sem guarda-redes e sem treinador.

sexta-feira, abril 11, 2014

I WANNA DO IT AGAIN



Pronto, a minha menção honrosa aos grandes Silence 4 já está feita no título: estamos a fazer o caminho brilhante do ano passado e naturalmente que as expectativas em repetir uma final europeia são elevadas. Matéria prima é o que não falta. A ver mais uma vez pela amostra, qualquer jogador que Jesus lance em campo, está física e mentalmente apto para corresponder.

Dividirei esta crónica em duas partes: positivo e negativo.

POSITIVO:

- Sociedade Sálvio-Rodrigo. Nos momentos iniciais do jogo e ao ver uma qualquer jogada do Sálvio, virei-me para o meu irmão e disse-lhe que o argentino estava de volta. Não sei precisar qual foi o momento mas notei logo que o seu arranque estava muito mais potente. Pois bem, minutos mais tarde fez uma jogada monstruosa para o golo do Rodri e brindou-nos com um punhado de jogadas que tão bem ele sabe fazer. Com efeito, não me surpreenderia que Toto descansasse no fim-de-semana e fosse efectivo no importante confronto com o Porto.
Relativamente a Rodrigo, está numa forma extraordinária. Por favor revejam o primeiro golo do Benfica e notem a sua cavalgada antes de finalizar - a fazer lembrar Ronaldo -. Fantástico momento. Mas o hispano-brasileiro não se ficou por aqui: para além de bisar, proporcionou-nos momentos de pura magia, com rodopios tremendos e alguns passes de ruptura geniais (pena que Cardozo não tenha aproveitado). 

- Solidez defensiva. Tudo bem que o AZ não é uma equipa de topo mas normalmente os conjuntos holandeses fazem golos. Na Luz, tal como em Alkmaar, não foi o caso. E mais do que assinalar as debilidades ofensivas deles, devemos sublinhar o acerto defensivo dos nossos. Todo o sector esteve bem mas aquela dupla de centrais merece um destaque extra. Voz de comando, liderança e inteligência táctica por um lado, classe, poder de antecipação e tranquilidade por outro. Como diz o nosso amigo Octávio Machado... Vocês sabem de quem é que eu estou a falar...

- Rotatividade. Já deu para ver que jogue quem jogar, há fortes possibilidades de êxito. Jesus tem-no feito na perfeição e o plantel tem correspondido na sua plenitude. Faltará um pouquinho mais de Sulejmani e de Djuricic para a festa ser perfeita mas, sejamos justos, é difícil pedir-se mais a este elenco. Como se costuma dizer, tem sido um ano "à Benfica"!

- Arranca Siqueira. Já me começo a habituar a usar mentalmente estas palavras quando vejo o brasileiro ou então o extremo esquerdo com a bola. Está também ele num grande momento e fisicamente sente-se confortável em subir e descer com grande regularidade. Sem Sílvio terá provavelmente de fazer horas-extra neste final de época mas, a ver pela amostra, não me parece que vá ser por aí que vá quebrar. 
Uma coisa me parece evidente: seja por 4, 5, 6 ou 7, Siqueira é para se comprar. 

- Grande Sevilha. Não, meus amigos, não estou a tentar com isto provocar ninguém. Para mim foi uma excelente noticia a passagem dos sevilhanos às meias. Por vários motivos. Desde logo, porque caiu um adversário muito forte e que se costuma dar muito bem connosco; porque adoro este conjunto andaluz e a sua afición; porque entendo que o futebol do Benfica encaixaria mais facilmente frente a esta equipa, já que privilegiam o futebol ofensivo e também deixam jogar o adversário; e finalmente porque não me apetecia nada enfrentar quatro vezes o FC Porto neste final de época, jogos esses que implicam um desgaste físico e emocional acima do normal.

NEGATIVO:

- A lesão de Sílvio. Uma imagem que nos deixou a todos tristes. Uma lesão gravíssima e que ninguém merece. Muito menos este jovem rapaz que estava num excelente momento e a preparar-se para uma viagem justíssima ao Brasil. A pior noticia da noite.

- Petardos. Alguns adeptos do Benfica não aprendem. Continuam com estas coisas e a Uefa já avisou que o clube corre o risco de jogar um jogo à porta fechada. Naturalmente que não o desejo mas era isso mesmo que alguns mereciam. 

- Sulejmani e André Gomes. Gosto dos dois - principalmente o nosso André - mas neste jogo faltou-lhes intensidade. Nota-se que sabem tratar a bola mas por vezes demonstram falta de agressividade e até de velocidade quando querem progredir com o esférico. Foram os jogadores menos rotativos da noite.

E pronto, chegámos a mais uma meia-final europeia. Juventus, Sevilha e Valência são os adversários possíveis. Todos eles são difíceis, obviamente. Já ouvi teorias de que seria melhor jogar com a Juve a duas mãos do que apenas numa. Percebo a ideia. No entanto, mantenho a minha: o objectivo principal neste momento passa por chegar à final. E se todos reconhecemos que os italianos são os mais fortes, pois então que se trate de evitá-los. 
Como escrevi atrás, o Sevilha seria a equipa que, no meu entender, melhor serviria os nossos interesses já que joga para a frente mas também deixa jogar. Eu iria por aqui e, de preferência, com o factor casa a sorrir-nos no segundo jogo. Aguardemos, pois então.

terça-feira, abril 08, 2014

MUY CERCA



Quatro golos sem resposta de três sul-americanos deixaram o Benfica "muy cerca" de mais um título nacional. Extraordinário ambiente numa segunda-feira diz bem da onda que Jesus e companhia ajudaram a criar. E essa mesma equipa fez questão de brindar os seus adeptos com mais um recital de bom futebol. Um autêntico "tiki-taka" com todos os jogadores compenetrados e a participarem nas acções defensivas e ofensivas. O Rio Ave, que até tem uma belíssima equipa, nomeadamente do seu meio-campo para a frente, - muito interessante aquele duplo pivot composto por Felipe Augusto e Tarantini - foi totalmente abafado pelo conjunto encarnado. 

Destaques:


MVP: Nico Gaitán - que classe, meu Deus. Já o disse há uns tempos atrás e volto a repetir: se Sabella convocar o velhinho Maxi Rodriguez em detrimento do Nico, será um crime lesa futebol. Só admito a não convocatória do nosso "20" se o seleccionador argentino estiver a fazer conta de utilizar Lavezzi como extremo esquerdo, juntamente com o indiscutível Di Maria.
Sobre este jogo em particular, serviu com classe Rodrigo no primeiro golo, fez o segundo e vieram dos seus pés algumas das mais belas jogadas da noite. Deu-se ainda ao luxo de, por exemplo, fazer um bicicleta dentro da sua própria área, demonstrando não só a sua habilidade mas também a sua disponibilidade para defender. Um luxo!!

Maxi: Bato-lhe muito na cabeça mas a verdade é que neste encontro em particular foi dos mais regulares. Apareceu muito e bem nas acções ofensivas e nunca virou a cara à luta. Boa exibição do uruguaio.

Sílvio: Um jogador que aparece nesta fase da época muito bem fisicamente. Cumpre à esquerda da mesma forma que o faz à direita. Jesus e principalmente Paulo Bento poderão estar descansados porque caso queiram apostar neste rapaz para qualquer uma das alas, a qualidade sobressairá. 

André Almeida: A equipa recuperou imensas bolas no meio-campo adversário e isso deveu-se muito ao jovem português que conseguiu "empurrar" a equipa para a frente. Fez algumas faltas importantes - para as unidades ofensivas "respirarem" - mas foi nesse tal pormenor de evitar jogar colado aos centrais que mais se destacou. Impressionante como Jesus se dá ao luxo de fazer actuar uma unidade que era, à partida, quarta opção para a posição de trinco (Matic, Rúben e Fejsa) e este responde desta maneira num jogo de (eventual) decisão de campeonato.

Enzo Perez: Depois de ter descansado a meio da semana, voltou esta noite com as baterias totalmente carregadas. Voltou a ser o motor da equipa e, quando ele está bem, todo o futebol benfiquista sofre um boost tremendo. Sacou um penalty como só ele sabe e foi, sem dúvida, das unidades que mais perfume largou no estádio da Luz. Mais um que é preterido por um Banega que actualmente é suplente no Newells Old Boys ou por um Gago que pouco ou nada acrescenta ao meio-campo do Boca Juniors.

Rodrigo: Voltou aos golos mas, mais importante que isso, manteve o nível das exibições que vem produzindo ultimamente. Está muito leve, muito dinâmico e nunca se esconde do jogo. Esteve nos dois primeiros tentos e teve também direito a descansar (saiu por volta dos 75 min), algo que, de resto, se manterá frente ao AZ (arrisco dizer que Djuricic e Cardozo formarão dupla na frente).

Cardozo: "Apenas" pelos dois golos que marcou. No fundo, quando falamos de Óscar, normalmente só sublinhamos a sua eficiência na hora de concluir. Tomaria que os Postigas desta vida tivessem direito a essa "simples" referência da forma recorrente que tem o paraguaio.

Mais uma vitória, menos uma jornada e mais um capítulo fechado rumo ao objectivo. E que bom seria que a este grande feito se juntassem mais uns quantos. Sou muito sincero, gostaria muito de ganhar tudo mas se me pedissem hoje para assinar "apenas" as vitórias no campeonato e na Liga Europa, era já de cruz.

sexta-feira, abril 04, 2014

VITÓRIA IMPORTANTE NA HOLANDA


Jesus é um treinador extraordinário. Conseguiu colocar o Benfica num ponto em que os seus adeptos, exigentes "pa'caramba", não se contentam com uma vitória fora num jogo a contar para os quartos-de-final de uma competição europeia, num país onde o clube não ganhava desde 1969. E isto já para não falar nas "pobres" exibições internas que apenas fazem com que estejamos em primeiro com 7 pontos de avanço sobre o Sporting, 15 sobre o Porto e com o estatuto de melhor ataque e melhor defesa claramente ameaçados pela tal falta de intensidade e de atitude nos últimos tempos.

Eu que já fui jogador, quando por vezes tinha um encontro a meio da semana, sentia logo mazelas para o match seguinte. Experimentem agora jogar sistematicamente 3 partidas por semana como o Benfica tem feito. A gestão tem obrigatoriamente de ser feita e está a sê-la com muita categoria. O plantel está motivado e quem tem jogado, regra geral, tem mostrado qualidade e competência. E atenção, a tal economia de esforços não está a ser feita só de fora para dentro. No próprio jogo os atletas têm-se defendido muito bem. Menos correrias, linhas mais recuadas e maior posse de bola. São estas as principais diferenças que vemos entre o Benfica actual e os dos últimos anos. 

Está a faltar alguma exuberância? Está. Por vezes colocamo-nos a jeito? Talvez. Mas o que ninguém pode negar é que a equipa respira confiança, trabalha muito, tem defendido bem (algo que nem sempre era visível no passado) e tem jogadores com uma categoria individual que permite a Jesus usar uma arma um pouco ao estilo italiano: o cinismo.

Sobre Alkmaar. O AZ entrou bem na partida e causou-nos alguns problemas, nomeadamente através do seu flanco esquerdo com um tal de Beerens, um jogador que já conheço dos tempos do Herenveen, rápido e com boa qualidade técnica. 
A partir dos 25 minutos, a equipa pegou no jogo e controlou totalmente as operações. Marcou um golo e até podia ter feito mais um ou outro caso carregasse no acelerador. Não aconteceu mas a vitória pela mínima deixa-nos praticamente com um pé nas meias.

A noite correu muito bem - deu até para Maxi e Gaitán limparem os cartões - mas não foi perfeita. Infelizmente o Rúben lesionou-se e calculo que tal o impedirá de ir ao mundial. Uma pena. A juntar a isso também os resultados dos outros campos. Não acredito que Porto e Juventus deixem fugir as vantagens conseguidas na ida.

Relativamente aos destaques, Artur esteve bem - muito embora a paragem cerebral perto do fim -, André Gomes cumpriu (mas tem de ser mais intenso em termos defensivos), Sálvio marcou um golo e deu-se muito ao jogo, Cardozo fez o seu melhor encontro de 2014 e Rodrigo foi, quanto a mim, o MVP.

PS: Para aqueles que falam mal da equipa e do nosso treinador, recordo-vos/lhes que há uns anos atrás as capas dos jornais eram assim: